Minha experiência como EDUCADORA

Como muitas professoras, comecei por um sonho, acho eu. Não me lembro, pois quando eu decidi ser professora eu deveria ter 5 anos. Minha família nunca me apoiou e isso não fez a menor diferença. Já a partir daí entendi uma característica muito comum aos professores: A TEIMOSIA. Com essa teimosia comecei minha vida profissional aos 17 anos de idade, após meu curso de formação de professores, na tão querida ESCOLA NORMAL CARMELA DUTRA.

Minha primeira turma na vida foi uma turma de alfabetização. Minha experiência não foi boa, então depois peguei educação infantil, depois os maiores enquanto concluía minha faculdade. Me encantei pela aquisição da língua de modo geral. O inglês fez de mim uma professora até então, feliz.  Aí me realizei. Uh hu!

Porém somos eternos insatisfeitos, queremos sempre mais, e foi assim comigo. Nossas demandas são imensas assim como são as demandas dos nossos alunos. Peguei meu primeiro aluno incluído e vi que minha formação era incompleta, e por mais que eu estudasse, a formação jamais supriria tudo. O material humano supera muitas diversidades, e mesma toda formação e toda força de vontade podem não ser suficientes.

Por isso continuei minha formação. Minha primeira especialização fez muita diferença no meu dia a dia em sala de aula. Mas ser um profissional apenas acadêmico não te faz um super professor. Experiências ensinam, momentos com nossos alunos contam e a empatia, oh, essa sim faz toda diferença. Apenas a partir do momento que eu percebi como trabalhar com empatia é importante, também percebi o incrível ímã que nós professores temos para receber alunos tidos como problemáticos em nosso convívio.

Mas para a minha surpresa, onde o sistema via um aluno difícil, eu enquanto professora, via um desafio. Não ao certo em que momento isso aconteceu comigo, mas apenas me dei conta depois que coloquei empatia nas minhas aulas. Para mim, na minha rotina barreiras foram quebradas e algumas vezes, não raras, minhas canelas foram chutadas e assim eu foi me redescobrindo um ser novo, mais humano e uma professora menos “reclamona”.

Lembra daquela inquietação do ser humano… pois bem, perdi o interesse por lecionar apenas inglês. Eu queria mais. Por isso lutei para fazer parte do ensino global, e descobri que não é fácil querer dar palpite quando sua disciplina é vista como submatéria nas escolas.  Mas continuei conquistando meu espaço. Como eu não me importava em ficar com os alunos difíceis, ganhei alguma credibilidade e isso sim era emoção e motivação.

Deixo aqui meu respeito pelos professores que querem lecionar inglês, ou português, ou matemática e por todas as disciplinas. Vocês são essenciais. Mas pessoalmente para mim, eu queria outra coisa. Ensinar Inglês não me completava tanto como antigamente. Meu foco tinha mudado.

De professora de Inglês ao que sou hoje

Eu me tornei um professor facilitador camuflado, não queria que achassem que eu estava me intrometendo onde não era chamada.  Depois fui sendo aos poucos solicitada para ajudar, formular atividades e elaborar planos com meus colegas. 

Daí em diante as coisas foram mudando naturalmente. A segunda especialização já não era mais em línguas, e quando dei por mim, me vi uma ponte entre a escola e a família por diversas vezes.  

Um pensamento em “Minha experiência como EDUCADORA

  1. “e quando dei por mim, me vi uma ponte”… Que seja sempre assim. Ponte, caminho, sombra, abrigo, impulso… Sempre mais. Quando nossos olhos se abrem, não dá mais pra ser “só professor”. Lindo!

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